A Desventura de Viver

27 de agosto de 2011

É este o teu fim? Vais desistir, vais deixar que acabe assim, é isso? Nunca pensei que a tua palavra valesse tão pouco, que tu fosses tão fraco, e todavia parece que hoje é um dia de surpresas. Não vejo em ti a pessoa que em tempos fez promessas com a intenção de as cumprir, vejo apenas quem as quebrou, uma réstia da luz que iluminava a tua alma. Tu agora és nada, um pensamento volátil que se apaga quando se faz sentir e não mereces o teu nome quando dificilmente o podes chamar de teu.

Para onde foi a tua garra? A tua chama? Onde é que perdeste tudo aquilo que te fazia, e porquê, não que interesse mas a curiosidade fala mais alto. Talvez um dia me possas contar, quando deixares de fugir. Ou talvez não, porque, honestamente, já ninguém espera que o faças, questiono-me eu se o consegues fazer, sequer. Eu não tenho vergonha de ti, ao contrário do que se poderia esperar; és o perfeito exemplo para tudo aquilo que eu não quero ser, e ao menos nisso ninguém te bate. Embora verdade seja dita, provavelmente é complicado não ser quem eu sou já.

Porque é que não lutas? Tu tens o teu futuro nas mãos – agarra-o, enquanto podes. Eu sei que não é fácil, e eu sei que pode doer, mas se vais passar a tua miserável vida inteira a esquivar-te da dor, então viverás numa miséria digna da tua estupidez.