(sem título)

24 de março de 2022

Todas as luzes do céu se apagam no fim. Turbilhões de pessoas que se dissipam em momentos inebriados e sobram pequenas vibrações que se moldam em figuras que não existem mais sem alternativa senão tornar-se o próprio tecido em que se imagina o mundo. A inevitabilidade que se vê real. Quando tudo vai e tudo fica, onde nos encontramos depois?

Algures, algures, não assim tão longe daqui, vais-te ver outra vez. Finalmente, sem nem te reconhecer, fazer tudo certo. Juntar palavras, todas elas pela centésima vez e meticulosas como sempre, soltá-las numa linha só, para quem as tiver de ouvir ou para quem as quiser, tão verdadeiras e tão sentidas ou não por quem tu és e te tornaste, e vais ficar bem. Não nos encontramos depois. Há um outro amanhã lá, e está tudo bem.