coda

12 de abril de 2022

Não acontece logo. Ele perdura o tempo suficiente para que te lembres, não de tudo, não funciona assim, mas daquilo que um dia te fez pensar que valia o esforço e que as coisas se iam encaixar, fazer sentido no fim. Acreditaste mesmo nisso. Essa pessoa és tu. Os montes e vales desaparecem numa história por que te apaixonas ainda hoje e nem sequer dás por quando essa paixão se torna o teu conforto e toma conta de ti. O teu corpo alugado, sem seguro, a guardar marcas de cada vez que te esqueces. O que é, o que foi já não interessa. É hábito. Rotina, apenas. Não sabes porquê mas não perguntas, a ideia tão remota que não a consegues ver a olho nu.

Se calhar não é isso. Talvez não queiras. É esse o peso da responsabilidade desse sonho? O quão fundo vai? Se não dás pela luz onde estás, se isso não te diz nada sequer, é hora de acordar. Agarrar a mão que te esticam ou fazer o caminho só, mas sair. Sem promessas. Sem pretensas. Não sei o melhor para ti, só que deves estar cá por inteiro para descobrir. Viver na promessa de uma memória é não viver de todo.