de passagem

24 de janeiro de 2022

Ouve-se o silêncio pela primeira vez em muito tempo. Quando foi a última e só ficaste de olhos fixados na única coisa que restou. Sombras atravessam de um lado ao outro da sala e dás por ti já bem longe da luz da manhã. Vês cera a pingar dos cantos dos castiçais e ouve-se a chuva a cair lá fora. Não estás cá, mas não podes ir mais. Quase tropeças quando te levantas e apagas as velas. Abres os cortinados e empurras as janelas e respiras fundo. Não é um fim, com tanto pela frente. Ainda há um dia aqui.