Diálogo
27 de abril de 2012Já estás aí há imenso tempo, o que é que estás a fazer? A pensar? Em quê? Hum, nunca imaginei que também te preocupasses com essas coisas. Não sei, pareces sempre tão distante, tão dentro do teu próprio mundo, às vezes esqueço-me que és como nós. Oh, não me leves a mal, não te estou a insultar nem nada, não é essa a minha intenção. É verdade que és um bocado diferente do habitual, mas isso não é propriamente mau. É quem tu és, é aquilo que te define, não te tens que te sentir mal por isso, desculpa se fiz passar essa ideia. De qualquer forma, ainda falta muito tempo até lá, devias aproveitar o que tens enquanto isso. Bom, admito que há dias em que também me sinto assim, mas acabo sempre por chegar à conclusão de que isso não me serve de nada a não ser que arranje maneira de fazer aqueles ponteiros parar, e a realidade é que essa solução ainda não me surgiu. Por isso, anima-te? Não sei, por outro lado também não desgosto de me sentir assim. É um bocado mais real, sabes? Aperceber-me que estou aqui, e que as coisas têm o mínimo de importância, é um bom contraste para todos aqueles momentos que passamos a ter conversas vazias com pessoas que pouco nos interessam numa tentativa de fazer algo chegar mais rápido ou mais lento. “Mais um pouco, é só mais um pouco”, e aguentamos até ao fim com um ligeiro sabor a melancolia na boca… vês, não és só tu que és um bocado diferente do habitual! Anda, está tudo à nossa espera e eu perdi a noção do tempo com esta conversa – mas olha, daqui para a frente, se precisares de alguém com quem falar ou algo do género… seja sobre o que for, não sei, podes vir ter comigo, eu não me importo… está bem?