i

17 de março de 2023

Há um caminho que se encontra na volta. Uma inquietação que se sente na pele. É diferente. Não é o que se imagina porque isso já foi, é o que vem a seguir, ou talvez um pouco depois, ou talvez muito depois. Se se imagina também, tem outra cor e outro cheiro e um casaco vestido laranja em volta de um vestido de verão estampado em flores.

Imagina-se voltar e perde-se no caminho porque não há um mapa para estas estradas, ninguém as faz neste sentido. É sempre mais e diferente e distante, como se o valor exonerado do que foi, mas há quem espere lá por ti.

A voltar tudo anda ao contrário. Começa-se no fim as conversas e acaba-se com um beijo e um abraço e um olá. Pensa-se ao contrário também, e certezas abrem espaço para um nervoso miudinho de quem não sabe ler uma pessoa escrita numa linguagem só um pouco diferente, sem pontos nem vírgulas nem interrogações que se exclamem. Soberba a ideia de a aprender sem nunca perceber o quanto muda.

Viajo assim, para trás. O Sol nasce a poente e eu com ele.