ínterim
8 de maio de 2022O que existe no meio é apenas ruído. Um lugar que entras sem dar conta e de onde não encontras saída. Não és tu, aí. Não és, pelo menos, quem te lembras de ser. Essa pessoa perdeu-se, os átomos que a formam dispersaram-se e a sua verdade existe só no que é agora um conto do que havia sido. Não mais o é do que quem vês, de carne e osso, e afinal quem é que se lembra de ti? Tu és ruído. Tu és tudo, e tu és nada, e este sítio é um entretanto. Um dia vais acordar sem ele. No fim ninguém se vai lembrar.