Já te esqueceste?

8 de fevereiro de 2012

Surge de repente. A resposta devia ser óbvia e contudo é necessária alguma consideração. Porquê? As palavras desvanecem-se tão facilmente, é assustador. Tens a certeza que disseste o que disseste? Tens a certeza que ouviste o que ouviste? É impossível agarrar a verdade, não existem mãos desse tamanho. Não sei, limito-me a acreditar. Não há muito mais que possa fazer. Desagrada-me depositar a minha confiança em algo que não eu, mas o mundo não funciona de outra forma. É essa a resposta? Ah, que poder! Faz de mim quem eu não sou! Transforma-me numa coisa diferente!

Porém isso não ocorre. A realidade manifesta-se quando tem que o fazer. Sempre tive esperança que ela fosse de outra cor; ingenuidade custosa de uma imaginação desleixada. Para quê pensar? A fadiga prospera em tal ambiente. Larga tudo aquilo que te prende. Afinal, que diferença é que isso faz? Tu sabes aquilo que sabes. Estás farto exactamente por o saberes. Mas não te percas no processo. É demasiado fácil que isso aconteça. Demasiado perigoso quando o é deliberado. O que é que mudou? Procura-o. Vais encontrá-lo, eventualmente. Não desistas. Nunca o faças. Eu estou aqui.