Loop

13 de abril de 2010

Sempre pensei que iria ser diferente – que, apesar de tudo, iria haver um final feliz, como nos filmes, talvez, onde o protagonista acaba sempre por se safar, independentemente da situação. A vida não é como nos filmes, pois não? É que aqui, aqui sou um figurante, um pedaço de papelão recortado e adicionado para enfeitar o mundo de todos os outros. Nunca fui especial, nunca me coube a mim a tarefa de salvar alguém, e nada está planeado para mudar isso.

Talvez queira ser quem sou. A vida é o que é, efémera, inútil, e talvez, talvez esteja melhor onde estou, a ver o tempo passar do lado de fora, lentamente, como que um espectador de uma magnânima peça de teatro.

E o mais engraçado é que nada mudará. Faça o que fizer, a roda vai continuar a rodar, do mesmo modo de sempre, como se nada fosse. Qual é o sentido disso tudo? Será que tem um sentido, sequer?

Porque é que ela não pára?