(sem título)
21 de maio de 2022Onde estou, onde vou, o que estou a fazer. Não sei. Torna-se tanto mais confuso quanto mais penso. Às vezes é como se todo o sentido se evaporasse do mundo e o que resta é só, estranho, impiedosamente estrangeiro a quem eu sou, seja lá o que isso for. O assunto de ser, enfim, quem se é em contraste com a realidade, a imagem que tenho dissociada de toda a razão não se torna mais verdadeira pela minha vontade e talvez seja isso em parte. Somos quem somos, e talvez me veja distante quando as expectativas não se alinham.
É um pouco pateta. Não é como se o facto de me ver distante me exonerasse da responsabilidade de ser quem sou. Da merda que faço a tentar descobrir, a pôr em prática o que é ser humano. Não o faz, mas já esgotei as desculpas também. Há dias que são para o lixo. Dias em que sinto que tudo o que faço, tudo o que digo é meticulosamente escolhido para ser errado. Não sei evitar. Só aceitar e seguir e tentar fazer melhor na esperança que um dia as coisas se alinhem.
Talvez não aconteça, ou talvez só tenha de fazer tanta mais merda para lá chegar; ambas hipóteses razoáveis.